O Núcleo Energia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Embaixada da Austrália no Brasil realizaram na segunda-feira (22/08), um webinar com foco na produção de hidrogênio verde no Brasil e nas possibilidades de cooperação entre os países. “A Austrália e o Brasil veem o hidrogênio verde como facilitador para a transição energética e como oportunidade para o desenvolvimento econômico, social e industrial. Os dois países têm vantagens nesta área, como o alto potencial de produção de energia renovável, que podem levá-los a competir, mas têm também oportunidades de cooperação, relacionadas ao desenvolvimento do mercado, estabelecimento de um marco regulatório, promoção de inovação e atração de investimentos”, pontuou o Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Curador do CEBRI, Jorge Camargo.
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), desde 2000, 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo. São 67 países com pelo menos uma iniciativa sustentável na área. Estimativas do Hydrogen Council mostram que, considerando somente os projetos de larga escala do setor, anunciados a partir de 2021, os investimentos chegam a US$ 500 bilhões até 2030. O mapeamento faz parte do estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para a Indústria Brasileira, realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Recentemente, o governo brasileiro criou o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e há grande expectativa do setor sobre o planejamento de ações para os próximos três anos, previsto para ser divulgado até o fim do ano. “Estimamos que 96% do hidrogênio produzido no Brasil virá de fontes renováveis. Preferimos usar o termo de hidrogênio de baixa pegada de carbono em vez de verde, para poder contar com uma maior diversidade de rotas e opções tecnológicas e evitar um lock-in, como o uso de hidrogênio baseado em biocombustíveis”, pontuou Agnes da Costa, Chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do Ministério das Minas e Energia do Brasil (MME).
Durante o debate, a garantia de origem e a certificação das fontes de energia usadas na produção do hidrogênio foram citadas como um dos principais pontos de atenção para as agências regulatórias. “Há necessidade de identificar padrões viáveis e rastreáveis”, ressaltou Agnes. “Outra questão é a valorização do carbono, para criar incentivos e desestimular o uso de tecnologias poluentes, sem penalizar de forma desproporcionada algumas indústrias”, também notou Fiona Simon, Presidente do Conselho Australiano de Hidrogênio, que reúne 113 empresas produtoras de hidrogênio naquele país.
A Austrália já tem o setor mais estruturado e vê o Brasil como potencial parceiro. Fiona Simon destacou que um acordo sobre a precificação do carbono no mercado internacional seria um fator importante para incentivar mais investimentos. Cameron Mathie, Gerente do Future Carbon Markets, órgão regulador de energia limpa na Austrália, destacou os investimentos em fontes renováveis naquele país. “Em 2015, 14% dos investimentos na Austrália eram em energias renováveis, como o hidrogênio. Hoje, são 35% dos investimentos”, disse.
Para Luís Viga, Presidente da mineradora australiana Fortescue Metals no Brasil, que anunciou recentemente um investimento de 6 bilhões de dólares em hidrogênio verde no país, há uma cooperação importante entre as empresas e o setor público sobre o assunto, mas a formulação de políticas públicas para o setor no Brasil ainda está aquém da rápida multiplicação de projetos e do interesse da iniciativa privada. “O setor precisa de incentivos do governo, assim como aconteceu com outras energias renováveis, e principalmente de segurança regulatória, sem protecionismo”, defendeu.
Atualmente, há cerca de 20 empresas investindo em hidrogênio verde no Brasil, os projetos concentram-se nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro, envolvendo empresas como a Fortescue, Enegix, Siemens, Qair, Neoenergia, White Martins, Shell, entre outras.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no curto e médio prazos (três a cinco anos), siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento aparecem como os potenciais consumidores de hidrogênio verde. O refino tende a ser o principal cliente — hoje, cerca de 74% do hidrogênio consumido na indústria brasileira é destinado às refinarias.
Assista a íntegra do debate clicando aqui.
O Núcleo Energia do Centro Brasileiro de Relações Internacionais (CEBRI) e a Embaixada da Austrália no Brasil realizaram na segunda-feira (22/08), um webinar com foco na produção de hidrogênio verde no Brasil e nas possibilidades de cooperação entre os países. “A Austrália e o Brasil veem o hidrogênio verde como facilitador para a transição energética e como oportunidade para o desenvolvimento econômico, social e industrial. Os dois países têm vantagens nesta área, como o alto potencial de produção de energia renovável, que podem levá-los a competir, mas têm também oportunidades de cooperação, relacionadas ao desenvolvimento do mercado, estabelecimento de um marco regulatório, promoção de inovação e atração de investimentos”, pontuou o Conselheiro e Vice-Presidente do Conselho Curador do CEBRI, Jorge Camargo.
De acordo com dados da Agência Internacional de Energia (IEA, em inglês), desde 2000, 990 projetos de hidrogênio foram identificados no mundo. São 67 países com pelo menos uma iniciativa sustentável na área. Estimativas do Hydrogen Council mostram que, considerando somente os projetos de larga escala do setor, anunciados a partir de 2021, os investimentos chegam a US$ 500 bilhões até 2030. O mapeamento faz parte do estudo Hidrogênio Sustentável: Perspectivas para a Indústria Brasileira, realizado pela Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Recentemente, o governo brasileiro criou o Programa Nacional do Hidrogênio (PNH2) e há grande expectativa do setor sobre o planejamento de ações para os próximos três anos, previsto para ser divulgado até o fim do ano. “Estimamos que 96% do hidrogênio produzido no Brasil virá de fontes renováveis. Preferimos usar o termo de hidrogênio de baixa pegada de carbono em vez de verde, para poder contar com uma maior diversidade de rotas e opções tecnológicas e evitar um lock-in, como o uso de hidrogênio baseado em biocombustíveis”, pontuou Agnes da Costa, Chefe da Assessoria Especial em Assuntos Regulatórios do Ministério das Minas e Energia do Brasil (MME).
Durante o debate, a garantia de origem e a certificação das fontes de energia usadas na produção do hidrogênio foram citadas como um dos principais pontos de atenção para as agências regulatórias. “Há necessidade de identificar padrões viáveis e rastreáveis”, ressaltou Agnes. “Outra questão é a valorização do carbono, para criar incentivos e desestimular o uso de tecnologias poluentes, sem penalizar de forma desproporcionada algumas indústrias”, também notou Fiona Simon, Presidente do Conselho Australiano de Hidrogênio, que reúne 113 empresas produtoras de hidrogênio naquele país.
A Austrália já tem o setor mais estruturado e vê o Brasil como potencial parceiro. Fiona Simon destacou que um acordo sobre a precificação do carbono no mercado internacional seria um fator importante para incentivar mais investimentos. Cameron Mathie, Gerente do Future Carbon Markets, órgão regulador de energia limpa na Austrália, destacou os investimentos em fontes renováveis naquele país. “Em 2015, 14% dos investimentos na Austrália eram em energias renováveis, como o hidrogênio. Hoje, são 35% dos investimentos”, disse.
Para Luís Viga, Presidente da mineradora australiana Fortescue Metals no Brasil, que anunciou recentemente um investimento de 6 bilhões de dólares em hidrogênio verde no país, há uma cooperação importante entre as empresas e o setor público sobre o assunto, mas a formulação de políticas públicas para o setor no Brasil ainda está aquém da rápida multiplicação de projetos e do interesse da iniciativa privada. “O setor precisa de incentivos do governo, assim como aconteceu com outras energias renováveis, e principalmente de segurança regulatória, sem protecionismo”, defendeu.
Atualmente, há cerca de 20 empresas investindo em hidrogênio verde no Brasil, os projetos concentram-se nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Espírito Santo e Rio de Janeiro, envolvendo empresas como a Fortescue, Enegix, Siemens, Qair, Neoenergia, White Martins, Shell, entre outras.
Segundo estudo da Confederação Nacional da Indústria (CNI), no curto e médio prazos (três a cinco anos), siderurgia, metalurgia, cerâmica, vidro e cimento aparecem como os potenciais consumidores de hidrogênio verde. O refino tende a ser o principal cliente — hoje, cerca de 74% do hidrogênio consumido na indústria brasileira é destinado às refinarias.
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