Primeiros dias do CEBRI na COP30

O CEBRI iniciou sua participação na COP30 com a organização e integração de debates e eventos, ao lado dos principais atores da agenda climática global.

10 de novembro

Uma Agenda de Soluções para a Ação Climática: Agricultura Sustentável e Mineração Responsável

No primeiro dia da conferência, O CEBRI, junto com o Instituto Arapyaú, o Institut du Développement Durable et des Relations Internationales (IDDRI), o Center for Climate and Energy Solutions (C2ES) e o Climate and Sustainable Development Network of Nigeria (CSDevNet), promoveu o evento paralelo oficial da UNFCCC “Uma Agenda de Soluções para a Ação Climática: Agricultura Sustentável e Mineração Responsável”. A mesa redonda discutiu caminhos para ampliar práticas sustentáveis nesses setores por meio de abordagens regenerativas, governança inclusiva, cooperação internacional fortalecida e novas tecnologias.

O debate destacou a transição da fase de definição de metas climáticas (NDCs) para a implementação efetiva dos compromissos assumidos, tendo como referência o Global Stocktake (GST) do Acordo de Paris e o papel central da COP30, presidida pelo Brasil.

A Senior Fellow do CEBRI, Rafaela Guedes, pontuou que a mineração deve ser compreendida como parte integrante de uma transição justa e sustentável, contribuindo para mitigação, adaptação e desenvolvimento local.

Os participantes reforçaram que o momento atual das negociações climáticas exige passar do compromisso à execução, fechando a lacuna de implementação. A COP30 deve se consolidar como um marco de ações concretas, financiamento, cooperação e integração entre clima, natureza e desenvolvimento econômico. O sucesso do Acordo de Paris dependerá menos da criação de novas metas e mais da capacidade de países, setores e atores financeiros de cooperar para cumprir o que já foi prometido

Participaram do debate Marta Torres-Gunfaus, Diretora do Programa de Clima do IDDRI; Kaveh Gilanpour, Vice-Presidente de Estratégias Internacionais do C2ES; Ibrahim Shamsudeen, Coordenador Regional da CSDevNet; Marcelo Behar, Enviado Especial para Bioeconomia da Presidência da COP30; e Roberto Waack, Presidente do Conselho do Instituto Arapyaú.

Durante a mesa, também foram distribuídos exemplares da nova edição da CEBRI-Revista, intitulada “COP30 and the New Geopolitics of Climate Change”, que traz editorial de Monica Sodré, Senior Fellow do CEBRI e CEO da Meridiana, além de entrevistas com o presidente da COP30, Embaixador André Corrêa do Lago, Conselheiro do CEBRI, e com a ex-ministra do Meio Ambiente Izabella Teixeira, Conselheira Consultiva e Internacional do CEBRI.

 

Brazil's COP30 Catalyst: Corporate Climate Policy & Action

No mesmo dia, Thais Jesinski Batista, Diretora Adjunta do Programa de Transição Climática e Sustentabilidade do CEBRI, participou do painel “Brazil's COP30 Catalyst: Corporate Climate Policy & Action”, organizado pela Siemens. Moderado por Luis Felipe Gatto Mosquera, Vice-presidente Jurídico, de Relações Governamentais e Sustentabilidade da Siemens no Brasil, o painel abordou como diferentes organizações têm mobilizado com sucesso o setor empresarial, impulsionando um movimento robusto voltado para a ação climática. 

Durante o evento, Thaís compartilhou a visão do CEBRI sobre a interseção entre mudanças climáticas e geopolítica, destacando iniciativas da instituição nos temas de transição climática e energética, e a importância da liderança do setor privado nesse processo.

 

11 de novembro

The Role of Trade in Global Energy Transition

No dia 11 de novembro, o CEBRI e o ICS organizaram o painel “The Role of Trade in Global Energy Transition”, moderado por Mônica Sodré, Senior Fellow do CEBRI e CEO da Meridiana, que marcou o lançamento do paper de Jorge Arbache sobre como o comércio internacional pode impulsionar a descarbonização global.

O estudo demonstra como o comércio internacional pode se tornar um dos instrumentos mais eficazes para acelerar a descarbonização global, gerando benefícios corporativos, econômicos, sociais e ambientais. Entre as recomendações do paper, destacam-se a coordenação de políticas, a harmonização de taxonomias e padrões e a criação de polos verdes integrados. 

 

Dialogue: The Efficiency Dividend

Rafaela Guedes, Senior Fellow do CEBRI, participou do painel “Dialogue: The Efficiency Dividend”, realizado na Climate Action House. O debate abordou como a eficiência energética, desde edifícios inteligentes até sistemas de iluminação e eletrificação mais eficientes, pode gerar reduções imediatas nas emissões, diminuição de custos e criação de empregos, impulsionando uma transição justa e sustentável. Em sua fala, Rafaela destacou o papel estratégico da eficiência energética na redução das emissões e na aceleração da transição climática.

 

The Big Ideia: Debating the Adaptation Economy

Izabella Teixeira, Conselheira Consultiva e Internacional do CEBRI, participou do painel “The Big Idea: Debating the Adaptation Economy”, na recém-inaugurada AgriZone – Casa da Agricultura Sustentável, espaço da Embrapa dedicado exclusivamente à agricultura sustentável. Organizado por Morphosis, Itaúsa e Embrapa, o evento debateu o relatório “The Rise of the Adaptation Economy” e celebrou o lançamento da “Women’s Coalition for the Adaptation Economy”, uma rede internacional de mulheres líderes comprometidas em incorporar adaptação e resiliência às estratégias de desenvolvimento global.

O encontro reuniu especialistas e líderes globais para debater como a adaptação climática pode se tornar um pilar central da economia mundial, integrando políticas públicas, mercados e investimentos sustentáveis. 

Durante o painel, Izabella Teixeira ressaltou que as mudanças climáticas estão redefinindo a governança e as dinâmicas de poder globais. A COP30 representa um marco nesse processo, ao incorporar novos atores e promover uma agenda de ação mais ampla e inclusiva. Segundo a ex-Ministra do Meio Ambiente, a governança internacional atual já não responde às complexidades da política global contemporânea, o que torna necessário construir novos arranjos institucionais capazes de sustentar o avanço da agenda climática. A gestão das mudanças climáticas precisa articular financiamento, mitigação e adaptação de forma integrada.

A mitigação, segundo Izabella, se estrutura em três pilares fundamentais: descarbonização, eletrificação e conservação. Estes pilares estão conectados pela transição de recursos, marcada pela crescente demanda por materiais e minerais críticos em um contexto de adição energética, no qual novas fontes se somam às existentes. Nesse cenário, o Brasil tem potencial para exercer um papel estratégico na competição entre grandes potências, enquanto as mulheres são chamadas a assumir um papel mais provocador e transformador nos processos decisórios da governança climática global.

 

Networking Sobre Poluição Atmosférica e Impactos na Saúde

Encerrando o dia, o CEBRI e o Clean Air Fund promoveram um encontro com líderes da sociedade civil, governo e setor privado sobre poluição atmosférica e mudanças climáticas, e seus impactos na saúde e na economia.

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